Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

A Trajetória da Música nos Videogames

1ª Geração (1972 – 1976)

A primeira geração de videogames pode ser resumida em um único aparelho: o Magnavox Odyssey, lançado em 1972. Este foi o primeiro console doméstico comercial, mas era bastante rudimentar. Tudo o que ele exibia eram alguns quadrados e retângulos brancos em um fundo preto, que se moviam usando um controle grande com discos analógicos. Para gerar algum tipo de “gráfico”, os jogadores colocavam folhas de plástico coloridas na frente da tela da televisão. As regras dos jogos eram todas descritas em livros, e os próprios jogadores cuidavam da pontuação e das regras. Um dos jogos que chamou atenção na época foi o de tênis, que inspirou versões em plataformas futuras. Durante essa era, a música ainda era armazenada de forma física em formatos analógicos, como cassetes e discos de vinil, tornando-a impraticável para ser incorporada nos jogos da época.

2ª Geração (1976 – 1983/84)

Os videogames da segunda geração foram equipados com processadores de 4 a 8 bits, capazes de gerar pontuações, controlar regras, criar gráficos básicos e produzir som. Nessa época, a música começou a aparecer timidamente nos jogos. A música e os efeitos sonoros eram gerados por meio de chips de computador, que convertiam impulsos elétricos em ondas sonoras analógicas para serem reproduzidas em alto-falantes. Um exemplo icônico dessa geração é o efeito sonoro do clássico Pac-Man (1980), que marcou época. Porém, o sucesso dos videogames levou à entrada de muitas empresas no mercado, muitas vezes lançando jogos de baixa qualidade. Essa saturação culminou na crise conhecida como o “Crash de 83”, que quase destruiu a indústria.

3ª Geração (1983 – 1992)

Na história dos jogos eletrônicos, a terceira geração é conhecida como a era dos 8-bits. Essa geração trouxe melhorias significativas para os consoles, como gráficos com maior resolução, mais cores e animações mais fluídas. Os personagens passaram a realizar uma variedade de ações, e os inimigos possuíam inteligência artificial mais complexa. O som também evoluiu, permitindo a criação de efeitos sonoros mais ricos e trilhas sonoras com até cinco canais independentes de áudio mono, constituídos de geradores programáveis de som (PSG) e sintonizadores FM. Essa evolução sonora proporcionou uma experiência muito mais imersiva para os jogadores.

4ª Geração (1987 – 1996)

A quarta geração de videogames, também conhecida como geração dos 16-bits, marcou o início de uma disputa acirrada por hardware mais avançado. Os processadores de 16-bits permitiram a criação de jogos mais longos, complexos e visualmente impressionantes. O áudio também evoluiu, com a introdução do som estéreo e de vários canais independentes (até 10). Os jogos começaram a incorporar áudio digital nos formatos PCM, ADPCM e Red Book, resultando em trilhas sonoras mais ricas e detalhadas.

5ª Geração (1993 – 2002)

A quinta geração, conhecida como a era dos 32-bits, 64-bits ou era 3D, trouxe o CD-ROM como mídia padrão para jogos. Isso permitiu a inclusão de trilhas sonoras de alta qualidade, muitas vezes compostas por músicos renomados. Os consoles dessa geração, como o PlayStation e o Nintendo 64, foram responsáveis por popularizar o áudio em formato CD, elevando o padrão de qualidade das trilhas sonoras nos videogames. Jogos como Castlevania: Symphony of the Night (1997) se tornaram clássicos não apenas por sua jogabilidade, mas também por suas trilhas sonoras memoráveis.

6ª Geração (2000 – 2013)

A sexta geração foi marcada pelo salto tecnológico em termos de gráficos e som. Consoles como PlayStation 2, Xbox e GameCube trouxeram suporte a som surround e áudio em alta definição, proporcionando uma imersão sem precedentes. Trilhas sonoras começaram a ser gravadas com orquestras ao vivo, e compositores começaram a ganhar reconhecimento fora do nicho dos videogames. Jogos como The Legend of Zelda: Ocarina of Time e Halo: Combat Evolved são exemplos de como a música se tornou essencial para a experiência de jogo.

7ª Geração (2005 – 2017)

Na sétima geração, a música nos videogames alcançou um novo patamar de importância. Consoles como PlayStation 3, Xbox 360 e Wii introduziram gráficos de alta definição e sistemas de áudio ainda mais sofisticados. As trilhas sonoras tornaram-se elementos fundamentais na narrativa dos jogos, muitas vezes evoluindo em resposta às ações do jogador. Exemplos notáveis incluem Skyrim: The Elder Scrolls V e The Last of Us, que usaram a música para intensificar a imersão emocional.

Conclusão

A música nos videogames evoluiu drasticamente desde os simples tons do Magnavox Odyssey até as trilhas sonoras orquestradas das gerações mais recentes. Ao longo das décadas, ela passou de um elemento secundário para uma parte crucial da experiência de jogo, capaz de transmitir emoções, contar histórias e criar memórias duradouras.


Referências Acadêmicas:

  1. Collins, K. (2008). Game Sound: An Introduction to the History, Theory, and Practice of Video Game Music and Sound Design. MIT Press.
  2. Gibbons, W. (2018). Unlimited Replays: Video Games and Classical Music. Oxford University Press.
  3. Schartmann, A. (2016). Koji Kondo’s Super Mario Bros. Soundtrack (33 1/3). Bloomsbury Academic.
  4. Summers, T. (2016). Understanding Video Game Music. Cambridge University Press.
  5. Collins, K. (2013). Playing with Sound: A Theory of Interacting with Sound and Music in Video Games. MIT Press.

Gostou do conteúdo? Compartilhe com seus amigos!

plugins premium WordPress